19 julho 2017

Emmanuel, Espírito

Emmanuel foi o Espírito iluminado, guia de Francisco Cândido Xavier, responsável perante a Hierarquia Espiritual que nos governa, por todo trabalho mediúnico que se inicia nas terras do Cruzeiro. A relação entre Emmanuel e Francisco Cândido Xavier vem de longa data. Em "Na Intimidade de Emmanuel", parte inicial do livro Há Dois Mil Anos, conta-se que os dois viveram juntos na época de Jesus (Emmanuel era Públio Lentulus; Chico, sua filha, Flávia Lentúlia). 

Quando solicitado a se identificar, alegou razões particulares, mas acabou afirmando ter sido padre católico desencarnado no Brasil. Deduz-se que tenha sido Padre Manoel da Nóbrega, grande Espírito que se devotou à nossa Pátria, sendo o primeiro missionário do Evangelho, o primeiro educador. Mais: na Wikepédia, há dez supostas reencarnações de Emmanuel. 

O encontro de Públio Lentulus com Jesus deu-se em circunstância especial. Sua esposa, Lívia, estivera nas pregações de Jesus. Em virtude da doença de sua filha, Flávia, e incentivada pela esposa, busca esse encontro em que mais ouve do que fala. Jesus diz: — "Senador, por que me procuras?"... Depois, — "Sim... Não venho buscar o homem de Estado, superficial e orgulhoso"..., mas atender às súplicas de tua mulher. (p. 85e 86 de Há Dois Mil Anos)

A importância de Emmanuel no desenvolvimento das ideias espíritas no Brasil é bastante significativa, pois produziu, por intermédio de Chico, as mais variadas páginas sobre os mais diversos assuntos. A tônica do Evangelho lhe dá um realce especial, principalmente nos comentários acerca das citações do Novo Testamento (Fonte VivaVinha de LuzPalavras da Vida Eterna etc.)

Reverenciemos esse nobre espírito e aprendamos com ele, nas suas fraquezas e na sua luta pelo progresso espiritual.

Fonte de Consulta

CAMPOS, Pedro de. Lentulus: Encarnações de Emmanuel. São Paulo: Lúmen, 2009.

TAVARES, Clóvis. Amor e Sabedoria de Emmanuel. Araras/SP: Ide, 2009. 




16 julho 2017

Culpa

Culpa. Emoção autoconsciente de ter pensado ou feito algo errado. Ação repreensível praticada contra a lei ou a moral; falta; delito, crime; pecado. Culpado é aquele que, por um desvio, por um falso movimento da alma, se afasta do objetivo da Criação. Em direito, conjunto de requisitos que tornam reprovável a conduta do agente, dirigida à produção de um fato ilícito e que, se este fato é um crime, são uma condição necessária para a aplicação de uma pena.

sentimento de culpa é a compreensão de que se violou um princípio ético ou moral. É um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam. Na psicologia, espécie de "complexo inconsciente de acusação" (Baruk) que faz com que, em certos psicopatas (melancolia, esquizofrenia), o doente experimente dor moral por certas faltas que, muita vez, não cometeu.

Comparando culpado e inocente, verificamos que as consequências na vida futura são bem distintas. Os culpados erram nas trevas; os bem-aventurados gozam de felicidade. O mau é atormentado por remorsos e pesares; os bons recolhem a paz dos eleitos. Não pensemos, porém, que a reencarnação é um castigo e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la. A reencarnação é, antes de tudo, uma oportunidade de progresso do Espírito imortal. 

O Espírito Joanna de Ângelis, no livro Momentos de Meditação, ensina-nos que "A culpa surge como forma de catarse necessária para a libertação de conflitos. Encontra-se insculpida nos alicerces do espírito e manifesta-se em expressão consciente ou através de complexos mecanismos de auto-punição inconsciente".

Diante de um culpado, não digamos: "Teve o que mereceu". Melhor seria dizer: "Que meios o Pai me colocou nas mãos para auxiliar?" 


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— O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam... Zulmira, pelo remorso destrutivo, tombou no mesmo nível emocional de Odila e ambas se digladiam num conflito de morte, inacessível aos olhos humanos comuns. É um caso em que a medicina terrestre não consegue interferência. 

— A violência não ajuda. As duas se encontram ligadas uma a outra. Separá-las à força seria a dilaceração de consequências imprevisíveis. A exasperação da mulher desencarnada pesaria demasiado sobre os centros cerebrais de Zulmira e a lipotimia poderia acarretar a paralisia ou mesmo a morte do corpo. (Capítulo III — "Obsessão", do livro Entre a Terra e Céu, pelo Espírito André Luiz)


Justiça e Vingança

"A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem." (Epicuro)

Justiça. Designa por um lado o princípio moral que exige o respeito da norma do direito e, por outro, a virtude, que consiste em respeitar os direitos dos outros. Vingança. Ação ou efeito de vingar ou de vingar-se; represália; desforra, desforço; vindita. Em se tratando do desejo de vingança, ele é condenado pela Igreja e proibido pelo Evangelho com a abolição da lei de talião.

Entre os vários pensamentos sobre justiça e vingança, anotamos: "se a vingança é chamada de justiça, então dessa justiça irá nascer ainda mais vingança"; "não confundamos as verdades. o que é certo é certo. Vingança não serve para nada, estraga quem sente"; "os fracos acham que fazer a Justiça é fazer vingança, já os fortes acham que a própria vingança é uma Justiça".

Muitos filmes, principalmente os faroestes americanos, enaltecem a vingança daqueles que sofreram "com ataques de bandidos". Há, também, a alusão do poeta em que a vingança agrada ao coração. Quando alguém faz essa afirmação é porque desconhece que não é só crime, mas incompreensão absurda. Além do mais, enquanto a alma conservar o sentimento de vingança, ficará nos porões do mundo dos Espíritos. 

Em se tratando de Deus, será que ele se vinga? Quem assim pensa, está longe da compreensão das leis naturais, inscritas em nossa consciência. Se um pai se vinga do filho levanta indignação, o que se dirá de Deus, o Criador do Universo? 




10 julho 2017

O Que É o Espiritismo (Livro)

Allan Kardec, preocupado com a falta de profundidade dos estudos espíritas, os quais demandam tempo de pesquisa e maturação das ideias, publicou o livro Qu'est-ce que le Spiritism? (O Que É o Espiritismo) em 1859, onde apresentou resumidamente as respostas a algumas das principais perguntas que lhes eram dirigidas.

"O Que É o Espiritismo" é um resumo dos princípios da Doutrina Espírita e respostas às principais objeções. É uma introdução ao conhecimento do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos. Em linhas gerais, temos os diálogos com o crítico, o cético e o padre, os fenômenos mediúnicos, a conceituação do que é o Espiritismo e sua diferença com relação ao espiritualismo, a Sociedade Espírita Parisiense, entre outros. 

No preâmbulo, diz que "o Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações". Daí, podemos defini-lo como uma "ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de sua relação com o mundo corporal". 

Nos três diálogos, salientamos:

  • crítico. O visitante se considerava ex-professo. Allan Kardec indaga, então, se ele estudou o assunto sob todas as faces, fez todo o tipo de leitura, analisou e comparou as diversas opiniões, e nada desprezou para chegar à verdade. 
  • cético. O erro de todos está em crerem que a fonte do Espiritismo é uma só, e que se baseia na opinião de um só homem. O Espiritismo, pelo contrário, encontra-se em toda a parte, pois em qualquer lugar os Espíritos podem se manifestar. 
  • padre. Não se pode qualificar de demoníaco um ensino que se apoia sobre a mesma autoridade e que proclama a missão divina do fundador do Cristianismo. 

Este livro tem outros temas interessantes: loucura, suicídio e obsessão, escolhos da mediunidade, as razões de usar o termo "Espiritismo" em vez de "espiritualismo", explicação sobre quem são os médiuns, sobre a questão das reuniões frívolas etc. 

Para quem não leu, vale a pena ler; para quem já leu, a releitura traz-nos novas incursões ao conhecimento espírita.  


05 julho 2017

Apometria

Apometria - do grego apo, "além de", e metron, "medida", significa um conjunto de práticas visando tratamento a distância. É uma técnica de desdobramento dos corpos sensoriais, que utiliza a Impulsoterapia (técnica de contagem com impulsos) e a energia mental e universal. Técnica de cura anímico-mediúnica de desdobramento de alguns de nossos corpos: duplo etérico, astral inferior, mental superior, buddico e atmico. 

O pai da apometria é o Dr. José Lacerda de Azevedo que, em 1975, recebeu instruções através do desdobramento astral, e tem por objetivo os tratamentos de doenças físicas e espirituais, aparelhos parasitos, reequilíbrio dos nossos corpos, despolarização dos estímulos de memória, obsessores, goecia, arquepadia e desmanchar bases no umbral.

A apometria assenta-se em algumas leis: desdobramento espiritual, acoplamento físico, ação à distância pelo espírito desdobrado, condução do espírito desdobrado, de paciente encarnado, para os planos mais altos, em hospital do astral, Formação e Dissociação das Personalidades Múltiplas,sucessivas, vividas em outras existências, entre outras. 

A apometria poderia ser arrolada como uma doutrina espiritualista, pois é uma mescla de vários elementos, vindos da teosofia, do esoterismo, da umbanda e do Espiritismo. Usa a cromoterapia, a cristalterapia, os elementais, magia branca, magia negra etc. 

Será que, além das práticas dos passes e dos trabalhos de desobsessão, deveríamos acrescentar as da apometria? Não estaríamos confundindo as práticas espíritas? Observe o seguinte: definir é buscar o gênero próximo e a diferença específica; o gênero próximo do espiritismo é o espiritualismo; diferença específica está assentada nos princípios codificados por Allan Kardec. 

Um exemplo: José Herculano Pires, no livro "Mediunidade", situa os vários conceitos de mediunidade: é uma manifestação dos poderes cerebrais do homem; eclosão dos resíduos animais de percepção sem controle dos órgãos sensoriais específicos; é uma energia ainda desconhecida do córtex cerebral; é o produto do inconsciente excitado; é uma forma ainda não estudada da sugestão hipnótica. Ninguém se lembra da explicação simples e clara de Kardec: é uma faculdade humana

Em vista do exposto, procuremos separar o espiritualismo do Espiritismo, a fim de realçar a ideia espírita, ideia solidificada pela codificação da Doutrina Espírita, a partir de 1857.