“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.” Paulo (Tito 2,1)
Doutrina — conjunto de teorias, noções e princípios, constituindo o fundamento de uma ciência, de uma filosofia, de uma religião etc. Doutrinário — pessoa que obedece rigidamente aos princípios da própria doutrina, dando mais valor à teoria do que à prática. Doutrina Espírita — conjunto dos princípios codificados por Allan Kardec.
A Doutrina Espírita surgiu a partir da publicação de O Livro dos
Espíritos, em 1857. A ideia espírita vem de longa data. Allan Kardec,
por exemplo, na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo,
diz que Sócrates e Platão foram os precursores do Espiritismo. No tocante às
revelações, o Espiritismo aparece como a terceira revelação divina, tendo a de
Moisés e de Jesus, respectivamente, como primeira e segunda.
A Doutrina Espírita, um marco no progresso da humanidade, apresenta-se
de modo singular, ou seja, é ao mesmo tempo FILOSOFIA, CIÊNCIA e RELIGIÃO. Como
entender? Qualquer matéria pode e deve ser analisada sob esses três aspectos.
Pender para um dos lados, pode dificultar a compreensão mais exata da referida
matéria.
A filosofia espírita apresenta-se
como um delta, uma síntese de todo o processo histórico, mas tendo as suas interpretações
próprias, alicerçadas nos princípios doutrinários. A ciência espírita procede da mesma forma que as
ciências naturais, com a diferença de utilizar as percepções extra-sensoriais.
Como doutrina filosófica, o Espiritismo tem consequências religiosas, pois toca em Deus,
alma e vida futura, fundamentos de todas as religiões. Não é, porém, uma
religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templo e nem
sacerdotes.
Toda ideia nova tem os seus contraditores; o Espiritismo não fugiu à
regra. No âmbito dos ensinamentos espíritas, Allan Kardec observa que a maior
parte das objeções que se faz à doutrina provém de uma observação incompleta
dos fatos e de um julgamento precipitado. Num dos seus diálogos com o crítico,
em O Que É o Espiritismo, diz: "Se o Espiritismo é uma
falsidade ele cairá por si mesmo; se, porém, é uma verdade, não há diatribe que
possa fazer dele uma mentira".
O Codificador do Espiritismo deixa bem claro que os ensinamentos –
contidos em suas obras – não são seus, mas expressão fiel das comunicações dos
Espíritos superiores, desejosos de auxiliar a nossa evolução espiritual. Entre
os seus princípios fundamentais estão: Existência de Deus, Reencarnação,
Mediunidade, Lei de Causa e Efeito, Pluralidade dos Mundos Habitáveis etc.
Para conhecer a Doutrina Espírita, o adepto deve debruçar-se sobre as
obras básicas e as complementares. Sem isso, não poderá divulgá-lo a contento.
As Obras Básicas são: O Livro dos Espíritos (1857), O
Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O
Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868). Entre as
Obras Complementares estão os escritos de Gabriel Delanne, Léon Denis, Camille
Flammarion, J. Herculano Pires e Edgar Armond. Incluem-se, também, as obras
mediúnicas de Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco e outros.
O divulgador do Espiritismo deve tomar o devido cuidado em separar o que
é doutrinário daquilo que não o é. Falamos naturalmente sobre os
"chacras", o "corpo astral", o "fogo serpentino"
e o "carma" sem nos darmos conta de que essas palavras foram
extraídas da filosofia esotérica. Para o professor Ari Lex, ferrenho defensor
da pureza doutrinária do Espiritismo, deveríamos usar o termo "atmosfera
psíquica" e não "aura", como habitualmente o fazemos.
Tenhamos o devido cuidado na divulgação da Doutrina Espírita. Antes de fazê-lo, debrucemo-nos pacientemente sobre os seus princípios fundamentais. Com isso, podemos pôr em prática o aviso do Espírito André Luiz: "Quando o trabalhador estiver pronto, o trabalho aparecerá".
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/doutrina-esp%C3%ADrita
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O indivíduo — compenetrado do que realmente é a Doutrina Espírita — não perde mais tempo. Toda ocasião é propícia à reflexão, à mudança de comportamento, ao aprendizado, pois está situado simultaneamente no plano físico e no plano transcendental, ou mundo dos Espíritos.
Espiritismo sem Espíritos é como corpo sem alma.
A Doutrina, que se encontra inteira na Codificação elaborada por Allan Kardec, não deve ser examinada apenas por um aspecto, seja filosófico ou evangélico. Nunca desprezar as comunicações dos Espíritos, principalmente aquelas de cunho desobsessivo.
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