26 junho 2014

Os Últimos Serão os Primeiros

Último. Que vem depois de todos; que vem depois do penúltimo. Extremo, derradeiro, final.  Moderníssimo, recentíssimo. PrimeiroQue inicia uma série ou ordem. Que precede os outros em relação ao tempo, ao lugar ou à categoria. Que é o mais importante, o mais distinto, o mais notável entre todos da mesma espécie, classe, raça, nacionalidade etc.

A frase "os últimos serão os primeiros" está inserida na Parábola dos Trabalhadores da Última Hora, também conhecida como Parábola dos Trabalhadores da Vinha ou Parábola do Empregador Generoso. “O reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu de madrugada a fim de aliciar trabalhadores para trabalhar em sua vinha, acertando um determinado valor por hora trabalhada. Saiu em várias horas do dia... Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos, porque há muitos os chamados e poucos escolhidos”. (Mateus 20, 1 a 16) Deduz-se deste texto evangélico que qualquer trabalhador que aceitar o convite, não importa em que hora do dia, receberá uma recompensa igual.

Os trabalhadores da primeira hora são Moisés e os profetas. Os que seguiram os da primeira hora são os apóstolos, mártires, os Pais da Igreja, os filósofos. Todos os que estão reencarnados podem ser considerados os últimos, especialmente os espíritas, alicerçados pelo Consolador Prometido, o Espiritismo, que trouxe as bases para uma melhor compreensão da realidade e do convívio com o próximo, sem deixar de lado todos os ensinamentos divulgados anteriormente. 

A espera testa a medida da alma. Como nos portamos diante da espera por um trabalho? Estamos blasfemando contra Deus? Deleitamo-nos na preguiça? Apelamos aos vícios? Participamos de manifestações? Destruímos o patrimônio público? Tenhamos em mente que nada fica incólume diante das leis naturais: conforme a gravidade do desvio, haverá o sofrimento da correção. Por isso, sejamos resignados ante a vontade de Deus. Não deixemos que nada altere o nosso ânimo. Aproveitemos o tempo, dedicando-nos à leitura, ao estudo e à prática da caridade. 

Os espíritas são os últimos a serem chamados. Eles têm uma vantagem: trazem no seu bojo tudo o que os outros já construíram ao longo do tempo. Basta pesquisar os escritos desses pensadores para certificar-se da sabedoria de cada um deles. Nesse mister, faz-se necessário chamar a atenção dos primeiros filósofos, pois não separavam o pensar do viver, tal qual nos prega a Doutrina Espírita. Eles não queriam ostentar grandes conhecimentos, mas aliar a sabedoria à arte de viver.  

Entremos no Espiritismo, mas deixemos que ele entre em nós. Não nos enganemos, para sermos escolhidos temos muito trabalho a realizar. O Reino de Deus não vem com aparência externa. Há necessidade de estarmos usando a veste nupcial.   

 

18 junho 2014

Mistério

Mistério é tudo o que não pode ser compreendido, que é inacessível à razão humana. No sentido teológico, é uma verdade revelada, que é incompreensível à razão sem a presença da fé. Nas religiões antigas, é o conjunto de práticas, dos ritos e das doutrinas secretas, que se davam à margem da legalidade, reservado apenas aos iniciados. No sentido lato, designa certos ritos e formas de culto, com sentido simbólico. É apanágio de todas as religiões. No sentido estrito, acrescenta a nota particular da iniciação secreta que não é revelada aos profanos.

No âmbito da filosofia, devemos destacar a diferença que há entre um problema e o mistério. O problema só existe realmente para a ciência, que busca a sua solução. Em filosofia o problema se torna metaproblemático, pois deixamos o mundo do objeto e partimos para o mundo da especulação, que é o mundo do mistério. 

mistério da Santíssima Trindade pode ser explicado. Teófilo de Antiloquia, no fim do século II e Tertuliano, no princípio do século III, já empregavam o Deus único em três pessoas. O mistério surge quando a Igreja propõe a presença, no seio de Deus único, de três pessoas distintas, mas iguais e substanciais. É a partir daí que começam a surgir contradições entre fé e razão, pois a razão poderia levar à negação do mistério.

A criação é um mistério que atravessa os séculos. O ser humano, incapaz de lhe dar uma resposta satisfatória, vale-se dos mitos. O mito significa uma fábula arquitetada pela fantasia humana para personificar entidades do espírito ou da natureza. Muitos deles tentam explicar a origem do mundo. Nesse sentido, há os mitos com Criação e os mitos sem Criação. Nos mitos com Criação, parte-se de um marco zero, e elege-se um Criador (Deus, Jeová, Maomé); nos sem Criação, parte-se da hipótese de que o Universo é eterno. 

Viver na intimidade de Deus é um mistério que não pode ser percebido senão pela fé. A razão é, na maioria das vezes, incapaz de explicar as calamidades e as dificuldades pelas quais passamos. Falhando, recorremos à fé. Quer dizer, só a fé é capaz de penetrar no íntimo dessa relação com Deus. E, nesse sentido, aquilo que parece, à primeira vista, impossível, transforma-se numa certeza rotunda. Todo o ser humano tem necessidade dessa relação íntima com Deus, para poder suportar com galhardia as suas provações terrenas. 

O Espiritismo, codificado por Allan Kardec, veio para tornar público o que estava velado. Nesse sentido, ele procura esclarecer as verdades que ficaram ocultas ao longo do tempo. Como Consolador Prometido, veio explicar o que o Cristo disse somente por parábolas, pois fala sem figuras e sem alegorias. 

Compilaçãohttps://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/mist%C3%A9rio






09 junho 2014

Fecundidade, Fertilidade

Fecundação é o fenômeno terminal da reprodução sexual do seres vivos. Fértil é aquilo que é capaz de desempenhar funções de reprodução. Fertilidade é a capacidade de reprodução de um indivíduo. A fecundação ou fertilização processa-se da seguinte forma: as células masculinas – espermatozoides – fecundam as células femininas – óvulos. Nas plantas e animais inferiores, tanto os órgãos masculinos como os femininos podem encontrar-se em um único indivíduo. 

Quando os indivíduos masculinos e femininos não conseguem reproduzir por intermédio das relações sexuais, a ciência médica oferece a fecundação artificial. O que é? É quando se procura aproximar os espermatozoides e os óvulos fora de qualquer relação sexual. Modernamente, a fecundação artificial (in vitro) é realizada numa cuba de laboratório (a proveta).

Ao analisarmos o tema segundo a ótica espírita, deparamo-nos com: 

1) Segundo o Espiritismo, a vida segue a mesma linha da complexa evolução comprovada pela Ciência. Allan Kardec em A Gênese, o Espírito André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, e o Espírito Emmanuel, em A Caminho da Luz, atestam para a formação da camada gelatinosa, depois das altas temperaturas e resfriamento pelo qual passou o nosso planeta, na época de sua constituição, há cinco bilhões de anos. Há o aparecimento do protoplasma e toda a cadeia evolutiva. A diferença entre Ciência e Espiritismo é que o segundo faz intervir a ação dos Espíritos no processo de evolução.

2) De acordo com Allan Kardec, na pergunta 44 de O Livro dos Espíritos, a vida originou-se através da geração espontânea: “A Terra continha os germes, que esperavam o momento favorável para desenvolver-se... Os germes permaneceram em estado latente e inerte até o momento propício à eclosão de cada espécie”.

3) O Espírito André Luiz, no capítulo 18 de Evolução em Dois Mundos, trata da evolução do instinto sexual nos vários reinos da natureza. Por milênios e milênios o princípio inteligente se demorou no hermafroditismo das plantas. Nos protozoários, há ensaios de reprodução monogâmica. Nos animais inferiores, alternam-se os estados de hermafroditismo com os de unissexualidade para que se lhe aperfeiçoasse as características na direção dos vertebrados. No reino hominal, a reprodução sexuada é fator de continuidade dos outros reinos da natureza. Neste reino adquire-se o pensamento contínuo, o livre-arbítrio, a razão.

4) O Espírito Emmanuel, na pergunta 40 de O Consolador, diz-nos que no âmbito das interpretações humanas, os conceitos de fecundidade e esterilidade podem indicar prova. Em termos espirituais, não há esterilidade porque o Espírito encarnado pode se dedicar a outros interesses de evolução, tais como, a arte, a beleza, o aperfeiçoamento. 

5) A reencarnação de Segismundo, estudada nos capítulos 12 e 13 de Os Missionários da Luz, mostra o trabalho que os instrutores espirituais tiveram para manter a reencarnação de Segismundo dentro da normalidade, pois "O pensamento envenenado de Adelino (o que viria a ser seu pai) destruía a substância da hereditariedade, intoxicando a cromatina dentro da própria bolsa seminal".