Sincretismo. Originariamente,
união dos cretenses contra o inimigo comum. No século XVII, passou a significar
mescla de doutrinas derivadas. A partir daí, o conceito alargou-se a toda a
forma de mistura – por justaposição, composição, sobreposição ou fusão – de
doutrinas, de ritos, de imagens, de símbolos.
Em
se tratando do sincretismo filosófico-religioso, o Helenismo fornece subsídios
para a edificação do Judaísmo e do Cristianismo, na medida em que estes passam
a interpretar as revelações com base na filosofia grega, dogmatizando-as na
forma de raciocínio concreto. Santo Agostinho, por exemplo, reinterpreta o
platonismo para conciliá-lo com os dogmas do cristianismo; Santo Tomás de
Aquino, por outro lado, utiliza a filosofia de Aristóteles para explicar a
relação entre fé na revelação e razão.
No
estudo do sincretismo, cabe ressaltar a formação da Umbanda,
uma religião tipicamente brasileira, que mistura crenças indígenas, católicas e
africanas.
O
Espiritismo não se integrou no sincretismo religioso. O Espiritismo é uma
doutrina codificada por Allan Kardec: há diversos princípios subjacentes. O
sincretismo pode existir nas pessoas que adotam o Espiritismo, não em sua
doutrina. Ao passarmos de uma religião para outra, levamos conosco o baú. As
palavras “chakra” e “carma”, tão
exaustivamente utilizadas no meio espírita, foram extraídas do Esoterismo. O
corpo fluídico de Cristo foi extraído das teorias de Roustang, um contemporâneo
de Allan Kardec.
O Espiritismo não se fez dono das máximas de Cristo: com o auxílio dos Espíritos desencarnados, apenas esclareceu os pontos obscuros. No caso dos "milagres", deu uma versão racional, apoiada na experiência e na lógica. Cabe lembrar que a força do Espiritismo está em sua filosofia, no apelo que dirige à razão e ao bom senso.
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