12 março 2013

Meu Reino não é deste Mundo

O objetivo deste tema é mostrar que a essência da vida está além da existência física. A palavra “reino” evoca a ideia de rei, reinado, pessoa poderosa, senhor de muitos domínios e muitos súditos. Ao tratarmos de “meu reino não é deste mundo”, tentemos diferenciar o mundo material do mundo espiritual.

Pilatos, tornando a entrar, pois, no palácio, e tendo feito vir Jesus, lhe disse: Sois o rei dos Judeus? Jesus lhes respondeu: Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, minhas gentes teriam combatido para me impedir de cair nas mãos dos Judeus; mas meu reino não é daqui: Pilatos, então, lhe disse: Sois, pois, rei? Jesus lhe replicou: Vós dissestes: eu sou rei; eu não nasci e nem vim a este mundo senão para testemunhar a verdade; qualquer que pertença à verdade escuta a minha voz. (João, cap. XVIII, v. 33, 36 e 37)

Para bem compreendermos este texto evangélico, convém lembramos, mesmo que sucintamente, dos termos “judaísmo”, “cristianismo” e “Espiritismo”. No judaísmo, o povo judeu é o povo eleito para cumprir uma missão universal: a da aliança de Deus com a humanidade. No Cristianismo, Jesus Cristo é o eixo norteador dos Evangelhos. No Espiritismo, Allan Kardec é codificador que, auxiliado pelos Espíritos iluminados, desvenda-nos os mistérios do Consolador Prometido.

O princípio da vida futura pode ser assim sintetizado: os judeus tinham ideias muito vagas acerca da vida futura. Eles acreditavam nos anjos, mas não tinham conhecimento de que eles mesmos poderiam, no futuro, vir a ser anjos. Jesus Cristo coloca a vida futura como um dogma central de seus ensinamentos. Por isso, não se dizia rei deste mundo. Para o Espiritismo, a vida futura é uma realidade baseada em fatos, fatos estes mostrados pelos próprios Espíritos desencarnados. 

A realeza de Jesus representa o esforço na prática do bem, na paciência ante os infortúnios. A crença na vida futura muda o ponto de vista que se tem da vida presente. Pensa-se a encarnação como uma passagem, uma transição para o verdadeiro mundo, o mundo espiritual. Nesse caso, a dor e o sofrimento têm curta duração; a abnegação, a humildade e a caridade tornam-se preocupações relevantes: não se pergunta a posição que uma pessoa ocupa, mas as lágrimas que procurou enxugar.

Enalteçamos a vida futura, mas não nos esqueçamos de viver plenamente o dia que passa, pois é este que prepara um porvir bom ou ruim.