01 julho 2012

Coração

Coração. Órgão muscular oco, situado no tórax, e que constitui o elemento motor central da circulação do sangue. Desde tempos remotos, o coração é apresentado como a sede da alma, do sentimento, da coragem, da consciência e da razão. Já no antigo mito mesopotâmico, “o medo da morte se aloja no coração”, e leva Gilgamesh a procurar pela erva da imortalidade. No embalsamento egípcio, todos os órgãos internos eram retirados, menos o coração, que permanecia em seu lugar.

Na antiguidade, o coração era o símbolo da vida mental, da vida afetiva, da vida interior e da personalidade integral do homem. A partir do século VI a.C., na Grécia, em que a filosofia deixou de ser mítica para se tornar racional, também começou a distinguir os campos de ação do intelecto e do sentimento. O coração vai condividir com o cérebro o privilégio de ser o centro principal do ser humano.

Durante a Idade Média, o coração, sem deixar de ser símbolo da coragem, passa a ser, sobretudo, símbolo do Amor. É troca e compenetração dos corações – do amor-sensualidade ao amor-sensibilidade e deste em amor-idealidade. Mas, “para os poetas provençais, o coração é o lugar onde o amor se concentra. É nele que penetra a flecha – o raio luminoso – e é nele que ela se fixa: os sentidos são apenas as portas do coração. Por isso, o amor recíproco só pode existir quando a mesma flecha atravessou os dois corações”.

Se tomarmos verticalmente o ser humano, veremos que há três pontos principais: o cérebro, o coração e o sexo. Mas o central é o coração e, por esta condição, concentra os outros dois. Ele adquire o sentido de eternidade (todo centro é símbolo de eternidade, dado que o tempo é movimento externo da roda das coisas e, no meio, encontra-se o “motor imóvel” segundo Aristóteles).

Na filosofia, na religião e no Espiritismo, há muitas frases sobre o coração. Vejamos algumas extraídas da Doutrina Espírita: A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeito nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim. A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar” (Joanna de Ângelis); “A paz legítima emerge do coração feliz e da mente que compreende, age e confia” (Joanna de Ângelis); “Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. O coração que socorremos converter-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso favor. Ajudando seremos ajudados. Dando, receberemos: esta é a lei Divina” (do livro: Jesus no Lar).

Todo excesso é prejudicial. Procuremos equilibrar cérebro e coração. Agindo assim, vamos edificando o reino de Deus dentro dos nossos corações e, com isso, acumulando provisões para auxiliar os corações alheios.  







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