Relativo.
Que não é absoluto, isto é, não basta a si mesmo e depende de um outro termo ou
objeto. Relativismo. É a ideia de que a verdade, o conhecimento ou
o julgamento moral são relativos a situações e somente são válidos para a sociedade
particular onde vigoram.
As variantes do relativismo podem ser sintetizadas
da seguinte forma: 1) relativismo cognitivo que assegura que
não há certeza em matéria de representação do mundo; 2) relativismo
estético em que os valores artísticos seriam um efeito da moda ou do
esnobismo; 3) relativismo normativo em que as normas seriam
convenções culturais e arbitrárias. Sustenta-se, aqui, que não existem padrões
éticos universais ou absolutos, uma vez que cada sociedade desenvolve os seus
próprios padrões. (Boudon, 2010)
O relativismo é incompatível com a ciência moderna
em que se privilegiam absolutos, tais como propriedades e leis invariantes, ao
lado de outras relativas. Bunge, em seu Dicionário de Filosofia, diz-nos:
“A simples existência de publicações e encontros científicos e tecnológicos
internacionais, com seus subjacentes padrões internacionais de teste para
comprovar a verdade, é uma tácita refutação do relativismo antropológico,
segundo o qual todas as culturas são equivalentes de modo que não existe essa
coisa denominada desenvolvimento social e, por conseqüência, não há
justificação objetiva para reformas sociais”.
O Espiritismo, tal como foi codificado por Allan
Kardec, que se baseia em princípios universais, não é compatível com o
relativismo moral e cultural, que se pretende tornar dominante. Toda a
codificação espírita está calcada nesses princípios universais. A título
exemplo, reportemo-nos à pergunta 621, de O Livro dos Espíritos.
Pergunta: Onde está escrita a lei de Deus? Resposta: Na Consciência.
Depreende-se daí que todos os Espíritos foram criados simples e ignorantes, mas
com a possibilidade de se tornarem perfeitos, porque há em cada um deles a
potência da perfeição.
Na pergunta 621 A, que complementa esta, há a
indagação: Desde que o homem traz na consciência a lei de Deus, que necessidade
tem de que lhe revelem? Resposta: Ele a havia esquecido e desprezado: Deus quis
que ela lhe fosse lembrada. Por isso, o envio dos profetas. Estes são Espíritos
superiores, encarnados com o fim de fazer progredir a Humanidade.
Allan Kardec, quando se propôs a codificar a
Doutrina Espírita, tinha em mente torná-la universal, ou seja, não restringi-la
a um povo ou a uma cultura. Se assim fosse, nós que somos brasileiros não estaríamos
desfrutando de suas luzes.
Fonte de Consulta
BOUDON, Raymond. O Relativismo. Traduçao de Edson
Bini. São Paulo: Loyola, 2010
BUNGE, M. Dicionário de Filosofia.
Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8.
ed. São Paulo: Feesp, 1995.
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