Terminologia é o "conjunto dos termos
especializados próprios de uma ciência, de uma técnica, de um autor ou de um
grupo social determinado". Nesse caso, há a terminologia médica, a
terminologia do esoterismo, a terminologia da informática etc. É também a
"disciplina linguística que estuda os conceitos e os termos usados em
linguagem de especialidade". Há, assim, a linguagem do dia-a-dia e a
linguagem especializada. Claro está que o expositor espírita deverá se
preocupar com a linguagem especializada.
O conceito constitui o
intermediário entre a imagem e a forma. É função criadora que organiza a ordem
interna do discurso. Ao lado do conceito, temos a definição que,
de acordo com a regra escolástica, se faz "per genus proximum et
differentiam specificam" (pelo gênero próximo e diferença específica).
Assim, definir, segundo a lógica formal, é dizer o que a coisa é, com base no
gênero próximo e na diferença específica. Para que possamos comunicar os termos,
temos de conhecê-los. Para conhecê-los, temos que nos debruçar sobre os
princípios doutrinários do Espiritismo, ou seja, sobre os livros básicos da
codificação.
Allan Kardec, ao expor as novas ideias espíritas,
preocupou-se com a sua terminologia, esforçando-se por lhe dar um caráter
particular. No século XIX, século em que Kardec esteve encarnado, o
espiritualismo moderno já tinha cunhado diversos termos. O codificador, para
não confundir a nova doutrina com o que já existia, cunhou os novos termos, começando
pela diferença entre Espiritismo e espiritualismo. O Espiritismo refere-se
exclusivamente aos princípios codificados por Allan Kardec; o espiritualismo, a
todo aquele que crê que há algo além da matéria.
O espírita, para ilustrar as suas palestras,
costuma buscar informações em outros campos de interesse. É preciso saber
distinguir a nomenclatura alheia daquela externada por Allan Kardec. Quando é
solicitado a falar sobre aura, cores e energização, busca informações nos livros esotéricos que tratam
do tema; em seguida, passa esses termos como se eles fossem próprios do
Espiritismo. Esse método pode confundir a cabeça dos menos avisados.
Allan Kardec, quando codificou a Doutrina Espírita,
deu-lhe um caráter próprio. Na maioria das vezes, comparava a versão espírita
com aquela que já existia, procurando mostrar a diferença entre ambas. Entre
tais palavras, citamos: alma, céu, inferno e purgatório, reencarnação e
chakras. O papel do expositor espírita é dar continuidade a esse método, para
que os princípios doutrinários não se percam ou sejam mal-interpretados.
Debrucemo-nos cuidadosamente sobre os princípios
doutrinários do Espiritismo. Não permitamos que as novidades do dia-a-dia
desviem a nossa atenção daquilo que é realmente essencial à compreensão da
Doutrina Espírita.
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