03 julho 2008

Reencarnação e Experiência

"A finalidade da vida é a experiência e não a felicidade."

reencarnação pode ser comparada a um aluno, matriculado numa escola hipotética. Durante o ano letivo, ele toma nota, estuda as lições pedidas pelo mestre e comprova o seu conhecimento através das diversas provas. Ao término do ano, submete-se a um exame final para verificar se está apto a passar para a série seguinte. Caso não consiga responder satisfatoriamente às perguntas formuladas pelo seu professor, é reprovado e, para continuar os seus estudos, é obrigado a repetir as mesmas lições no ano seguinte. O mesmo sucede com a reencarnação.

A reencarnação é meio, processo, cuja finalidade é aperfeiçoamento do Espírito. Nesse sentido, todos estamos "condenados a evoluir". Para evoluir, porém, temos de experimentar na carne, ou seja, colocar em prática o que foi planejado no mundo dos Espíritos. Quando deixamos de executar uma tarefa que nos compete, Deus nos oferece uma nova oportunidade; por isso, as várias encarnações. Diante dessas informações, não adianta adiar os nossos deveres – mesmos os incômodos –, porque se eles fizerem parte do nosso caminho, mais cedo ou mais tarde teremos de executá-los.

A tradição hindu fala-nos dos resíduos emocionais, ou seja, dos desejos não realizados de outras vidas. De acordo com Swami Prajnanpad, não podemos libertar-nos senão desfazendo os nós emocionais entre as vidas passadas e a vida atual... A nossa própria existência é uma sucessão de mortes e nascimentos: o bebê morre para que a criança nasça; a criança morre para que o jovem nasça; o jovem, por sua vez, deve morrer para que o adulto nasça... Pergunta-se: será que a morte do velho interromperia esta sucessão de passagens repetidas do nascimento à morte?

Um exemplo de experiência reencarnatória: a vida de Hitler. Às vezes olhamos para uma personalidade pública, sem pressupor que esta pessoa seja reencarnacionista. Contudo, dois terços da população terráquea crê em reencarnação. Hitler, por exemplo, era reencarnacionista e tomava alucinógeno para entrar em contato com uma vida anterior. Fala-se, inclusive, que numa encarnação passada ele fora Lundolfo II, arcebispo excomungado que viveu no século IX. Na ocasião, fora castrado pelo pai de uma jovem, que ele tinha raptado. Isso explicaria os problemas sexuais de Hitler.

Lembremo-nos também das reencarnações coletivas. Não são poucos os casos em que uma quantidade de Espíritos reencarna para uma tarefa específica. Sob esse mister, afirma-se que o império colonial inglês foi construído por um grande número de antigos colonizadores romanos reencarnados. Napoleão, pelo seu lado, teria dito por várias vezes que era a reencarnação de Carlos magno. Por aí verificamos que são muitos os exemplos de experiência reencarnatória.

Diante desses fatos, conviria viver intensamente o momento presente. Um resíduo emocional de uma encarnação passada deve ser desfeito pela veemência com que possamos enfrentar todos os problemas que se nos apresentam.

Fonte de Consulta

CROLARD, Jean-Francis. Renascer Após a Morte. Tradução de Antonio Manuel de Almeida Gonçalves. _____: Europa-América, 1979 (?)

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O Dr. Stein testemunhou que Hitler atingira, graças à droga, os mais altos níveis de consciência e que tinha mergulhado freneticamente no estudo do ocultismo medieval. Ele fora iniciado na magia negra por um certo Dietrich Eckart, que declarou, em 1923, no seu leito de morte: "Segui Hitler! Ele dançara, mas fui eu que escrevi a música. Iniciei-o na doutrina secreta, abri os seus centros à visão e dei-lhe os meios de comunicar-se com as forças".

Sob a influência de uma planta alucinógena, o peyotl, Hitler descobriu uma de suas precedentes encarnações: Landolfo II, de Cápua, arcebispo excomungado, que viveu no século IX, e que se tinha retirado para Carlta Belota, num castelo alcandorado nos cumes do Monte Castello, a sudoeste da Sicília, onde se entregava à prática de bruxaria com assassínios rituais. Indo mais longe há uma semelhança entre o nome Landolfo e Adolfo. Sabe-se também que Landolfo II foi castrado pelo marido de uma jovem que ele tinha raptado, o que poderia lembrar a sexualidade perturbada de Hitler.

CROLARD, Jean-Francis. Renascer Após a Morte. Tradução de Antonio Manuel de Almeida Gonçalves. _____: Europa-América, 1979.

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Encarnação (c. 2000 a.C.) [Egito antigo]

Incorporação física do divino na forma animal ou humana

"E a palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a Sua glória, glória como do Unigênito, vindo do Pai." (Bíblia, João 1:14)

A encarnação descreve o nascimento ou a manifestação de um ser divino numa forma senciente, seja como humano ou animal. As origens dessa ideia podem remontar até o Egito antigo durante o segundo milênio a.C., quando se acreditava que os faraós eram encarnações dos deuses egípcios Hórus e Rá. Mas a ideia acabou sendo adotada por muitas das grandes religiões do mundo e é, possivelmente um dos aspectos mais controversos da crença religiosa hoje em dia. [Senciência é a capacidade dos seres de sentir sensações e sentimentos de forma consciente.]

Uma das encarnações mais conhecidas e creditadas na história da religião é a de Jesus Cristo, que, na doutrina cristã, é o filho de Deus. A unidade do homem com Deus nessa encarnação é de importância central para os crentes cristãos, visto que representa a presença do divino num mundo humano. Tanto o islamismo quanto o judaísmo, no entanto, rejeitam categoricamente a ideia de que Jesus era a encarnação de qualquer forma de divino. Crentes da principal corrente islâmica consideram Jesus um profeta, ou um mensageiro de Deus, assim como Adão, Noé, Abraão, Moisés e Maomé. No judaísmo, por outro lado, nega-se que Jesus tenha sido qualquer espécie de profeta. Essa crença marcou uma diferença importante entre os fiéis judeus e cristãos após a morte de Cristo no século I. 

No mundo moderno, a ideia de reencarnação ainda mantém grande significância para muitos crentes religiosos. Desempenha um papel essencial no sistema de crença budista, que a consideram uma característica do ciclo contínuo de nascimento e renascimento, que pode ser quebrado apenas ao se atingir a iluminação. Além do mais, a ideia de encarnação continua a dividir as grandes religiões monoteístas, o que possibilita pensar neste conceito como um dos mais profundos e fundamentalmente divisores na história da humanidade.  

ARP, Robert (Editor). 1001 Ideias que Mudaram a Nossa Forma de Pensar. Tradução Andre Fiker, Ivo Korytowski, Bruno Alexander, Paulo Polzonoff Jr e Pedro Jorgensen. Rio de Janeiro: Sextante, 2014. 


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