Deus – do indo-europeu deiwos – significa
resplandecente, luminoso. Quando nos referimos a Deus, logo se nos vêm à mente
o demiurgo, o primeiro motor, a causa primeira, o início do mundo e da vida. De
acordo com a Doutrina Espírita, Deus é a inteligência suprema, causa primária
de todas as coisas. De Deus vertem-se dois princípios, o princípio material e o
princípio espiritual que, individualizados, denominam-se, respectivamente,
matéria e Espírito.
Os filósofos atribuem a Deus duas qualificações fundamentais: a de Causa e a de Bem. Em se tratando da Causa, Deus é o criador, o autor e o
mantenedor da ordem do mundo. Tudo funciona sob a sua direção excelsa. Em se
tratando do Bem, Deus é o criador da ordem moral (valores) do mundo. Neste
caso, a providência divina tem papel de destaque, pois é ela que supervisiona
todas as ações dos seres humanos. Deus cria as leis, chamadas divinas ou
naturais. Nós, seres humanos, devemos pautar a nossa vida de acordo com elas.
A compreensão do monoteísmo e do politeísmo baseia-se na distinção
ou na identificação entre Deus e divindade. No monoteísmo, que é a crença num
único Deus, há uma perfeita identificação entre Deus e divindade. No
politeísmo, que é a crença numa hierarquia de deuses, a identificação entre
Deus e divindade não é clara. Para auxiliar o nosso pensamento, distingamos
também a unidade da unicidade. A unidade não elimina a multiplicidade, mas a
contém em si mesma, enquanto a unicidade pressupõe um ser único. Assim, o
monoteísmo platônico é um politeísmo, pois pressupõe uma multiplicidade de
deuses. O cristianismo, por sua vez, é monoteísta, pois aceita um único Deus.
A revelação de Deus pode ser humana, divina ou um misto das duas.
A revelação humana é estritamente filosófica, pois é o próprio homem que, pelos
seus esforços, busca compreender os mistérios da divindade. A revelação divina
insere-se no campo da religião. No judaísmo, Deus se manifesta a Moisés; no
Cristianismo, Deus se manifesta a Jesus. No Espiritismo, o que caracteriza a
revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos,
sendo sua elaboração fruto do trabalho do homem. E como meio de elaboração, o
Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas,
aplicando o método experimental: formula hipóteses, testa-as e tira conclusões.
Abbagnano, em seu Dicionário de Filosofia, aponta nada menos do que dez provas da
existência de Deus. O recurso ao consenso comum, a prova causal e a prova do
movimento estão entre elas. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, desenvolve apenas dois aspetos:
1) "não há efeito sem causa"; 2) sentimento inato. Para entendermos o
"não há efeito sem causa", basta lançarmos os nossos olhos à obra da
criação. Se o efeito é inteligente, a causa também o será. O sentimento inato
na existência de Deus é prova cabal de que Ele existe, pois se assim não fosse,
o ser humano não se lembraria Dele.
Seguirmos as leis de Deus é o único antídoto contra o orgulho, a vaidade e a violência. Estudemo-las com a devida profundidade. Somente assim poderemos construir um mundo mais justo e mais feliz.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/deus
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